domingo, 23 de marzo de 2008

O descanso da guerreira

12 de marzo, San Pedro da Atacama. Chile.

Depois de tres tentativas mal amanhadas, encontrei sombra e falei durante 5 longos, sentidos, inteiros minutos. Sobre a viagem, que tinha acabado. Sobre a importancia voltar à minha Buenos Aires. De fechar o ciclo, de organizar a cabeca na selva de informacao que durante 2 meses y meio recebi.

Lembrar-me de tudo o que tinha feito, os lugares pisados, as caras de mil cores, as pronuncias (e como gosto de pronuncias...), os momentos perfeitos, os silencios pasmados e as conversas nas noites de lua - outras luas?
E que vontade de chorar baixinho, de deixar escorrer devagarinho tudo o que me entrou olhos adentro, como se consegue regressar depois de conhecer as veias abertas da America Latina?
Andei de mochila às costas por 80 dias. Vi... tanto.
O video nao entra no blog. Demasiado pesado. Engracado, nao?
Voltei a casa. Tinha saudades de Buenos Aires.
E bom voltar.

viernes, 21 de marzo de 2008

Monologos no deserto, parte II

10 de marzo, Valle de la Luna, desierto de San Pedro de Atacama. Chile.

sábado, 15 de marzo de 2008

Monologos no deserto, parte I

10 de marzo, Valle de la Muerte, desierto de San Pedro de Atacama. Chile.

(Algum vento pode perturbar a audicao das minhas belas palavras)

sábado, 8 de marzo de 2008

Finca de Don Elias

Aproveito que estou a acabar a viagem para confessar que estive a fim-de-semana na Colombia, na zona cafetera, SOZINHA!

(aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah, familiares histericos correm às ruas e arrancam cabelos)

Pois é, o Juan tinha um seminário na Faculdade ao qual eu obriguei, muito responsavelmente, a ir (o pobre estava mais preocupado que uma mae galinha), e eu tinha um par de dias livres ainda, na Colombia, e a zona cafeteira por conhecer.
Pois assim foi, mochila às costas, e cá vou eu com este meu ar de saloia hippy que me protege dos maus e viloes - quem vai querer levar uma selvagenzinha como eu?? Hehe, tudo estudado, minha gente.

O hostel onde fiquei tinha tudo para começar bem, e introduzir-me à regiao do Café! Uma antiga plantaçao, uma casa antiga, um alpendre de madeira a cair para umas laranjeiras, e uns restos de árvores de cafeé que de outros tempos aí haviam ficado.
O pueblito era um mimo, quase de brincar! A paisagem.... pasmante!!
No primeiro dia, andei perdida em caminhadas montanhas acima, vale abaixo, e voltei ao pueblo ao fim do dia, exausta - que paisagem...
No dia seguinte, aí sim, fui visitar as redondezas, onde se dizia que havia plantaçoes de cafe.
Depois de uma caminhada de 2 horas ( e nao é que estou a emagrecer?) lá cheguei à finca do Don Elias, uma pequena plantaçao a alguns quilometros de Salento - numa zona que se chamava Palestina, how weird! (E a cidade principal desta zona chama-se Armenia!)
Havia uma casa grande branca, com acamentos de bambu e madeira colorida. A cozinha, toda de bambu, era aberta ao ar, e a casa estava enfiada numa selva de bananeiros! Havia um bando de crianças descalças e galinhas a brincar por ali, no patio à frente da casa, e detrás do fogao a lenha a que havia lá atras, apareceu uma senhora simpática que me pediu que me sentasse na cadeira de baloiço, que o Don Elias já aí vinha.
E o Don Elias... que personagem!! Um velho de seus 70, 80. alto, magricelas, rugas marcadas nas maos e uns olhos azuis de avo ternurento - e agora que penso, até que se parecia ao meu avo Zé!
Chapeu de palha e abas reviradas (muito tipico aqui na Colombia) e a camisa de quinta cheia de nodoas de terra e (!)café.
Levou-me pela plantaçao, mostrou-me orgulhosamente o seu tesourinho. As bananeiras imensa (com um tronco tao macio que parece ele mesmo uma banana gigante!), amoreiras, árvores de palta, ananás (e sao tao engraçadas, estao a ver a coroa do ananas? Pois a árvore é uma coroa gigante que sai do chao, e do seu centro nasce, UM DE CADA VEZ - ''sao filhos unicos'', dizia-me o Don Elias - um pequeno ananás!), cana de açucar, bambu, obvious and most important, CAFÉ!!!
Com uma cesta à cintura, andámos a apanhar graos de cafe na pequena selva do Don Elias. Aprendi que se parecem como pequenas bagas doces, encarnadas (se é variedad Arábico) ou amarelas (se é variedad Colombia). Aprendi a pelar os graos, a secá-los, como se tostam no mesmo fogao a lenha onde se se faz sopa, e como se moem, e ao vivo e em directo, fizémos um cafe directamente dos graos e tomámos os dois um belíssimo café sentados no alpendre.
Falámos um bocadinho de tudo, os gatos e as galinhas a passarem-nos entre os pés, e nos no café, na Colombia, nos netos, nas colheitas...
No fim ofereceu-me uma banana da sua selvinha e despedimo-nos com um sorriso sincero.

E nao tinha maquina......

martes, 4 de marzo de 2008

Ritmos da Colombia

Algures numa rua de Cartagena...