sábado, 17 de mayo de 2008

In Buenos Aires, O Regresso

Buenos Aires está bonita. As árvores tem cores de Outono, o sol sigue aparecendo como um miminho a cortar o frio que se vai notando…
Eu estou… tranquila. Por fim.
Depois de muitos esticões no pescoço e na paz de espírito, e demasiadas emoções a flor de uma pele que recém voltava a ‘’casa’’, finalmente me voltei a adaptar a minha doce vida porteña.
Tive que reaprender a Cidade. Já não estavam as pessoas de todos os dias, os jantares na Cabildo, o tango na Godoy, os cafés habituais, as vozes habituais, os bairros habitualmente calcorreados, as caras que se me pegaram ao coracao.
A minha lista do telemóvel estava vazia de repente, e também a Cidade. Já não era a minha multidão, era outra.
Enfim, sempre ia falando com a minha querida espanhola sobre o estranho estado das coisas; de como sentíamos saudades de tanta gente, de como de repente sentimos a Casa vazia, de como voltamos a alguns zeros. E íamos desabafando estas coisas naturais, e era só um peso ligeiro no peito.
E depois a palerma foi-se embora.
Não entremos sequer no momento da despedida – se chorei como uma menina perdida quando por fim virei as costas ao Juan, no aeroporto de Bogotá, esse sábado perdi um Norte - e uns 50% da agua do meu corpo!
Também me pos em perspectiva muitas coisas – o fim de um semestre muito especial: um grupo de gente especial, uma cumplicidade muito própria, mil episódios demasiado incríveis para serem acreditados, e alguns laços firmados já no tempo (querido Juan, mi vida, querida Ainoa, mi pao ibérica, como los extrano!); e o fim de toda a vida porteña, como a conheço. O fim da própria MINHA aventura.
Mas não desenvolvamos esta ideia, pelo menos para já (3 meses countdown.......).
Nessa noite, não fui capaz de vir dormir a casa, e finalmente segunda a noite, respirei fundo, e decidi que tinha de viver outro capitulo.

E assim tenho acordado todas as manhas até hoje, de vez em quando há musicas que me levam a outros dias e essas caras sorridentes que me fazem falta, nos dias de todos os dias (a distancia de uma mensagem é um bem inexplicável… a distancia de um oceano, de um voo largo, de três fronteiras e muitas paisagens...puff), mas já se ve bem construído um segundo capitulo cheio de sol.
De repente, as caras novas. Em ruas que não conhecia tão bem.
Os jantares de chicas, projecto frustrado do primeiro semestre, agora todas as quartas cá em casa. E as jogatanas semanais, cada vez mais preenchidas. Começamos 6 ou 7 e somos 20 agora. Vinte miúdas com muita onda e de todo o lado – a cadeia da amiga-da-amiga-de-uma-amiga minha funciona na perfeicao, e traz resultados surpreendentes.
O ambiente em casa cresceu de uma forma extraordinária – criamos a nossa própria nova cumplicidade a três, e passamos noites a gargalhar na sala. Ajuda o facto de não termos paredes a dividir os quartos, e podermos ficar meia hora na cama a aparvalhar umas com as outras, antes de apagar a luz.
Claramente um mundo mais feminino, este meu segundo – talvez ande a precisar de dizer uns palavrões para o ar e umas boas semanas de bife na frigideira; mas continuo a gostar muito de ter uma toalha de pés ao lado da banheira!
Resumindo, estou bem. Estou tranquila, por fim.

Desculpem as ausencias.
Até já!!!

7 comentarios:

Unknown dijo...

que bom saber te bem..mereces:) como eu te disse quando ai estive, nao vale a pena sofrer por antecipaçao..tens mesmo de aproveitar o que essa cidade ainda tem para te oferecer e estou a ver que estas no bom caminho. sei que toda a tua vida tem sido um turbilhao de emoçoes, mas nunca duvidei que conseguisses lidar com tudo isso como senhora que és..
espero que a nova perspectiva deste segundo capitulo, apesar das ausencias mais queridas, seja tau surpreendente como a primeira e que continues a passa la para nos sempre que puderes para voarmos um pouco ate ti..beijo enorme..

Unknown dijo...

Tanta coisa vivida em dois meses só pode resultar nessa dificuldade em descer à terra. E essa terra ainda tem muito para te dar. Aproveita.

L.A. dijo...

CATARINA
GOSTEI DE VER ESTA PAG. TRANQUILA, QUE ME PARECEU SER UM POUCO A TAL PARABOLA - HIHIHI, SO NOS DUAS PERCEBEMOS!!!
ESTIVE A VER AS FOTOGRAFIAS DE IGUAÇU E ESTAO UM ESPECTACULO, MUITO MELHORES QUE AS DO BANDO DE ABRIL.
E O GUAPO, QUEM É?
BEIJINHOS

José Alegre dijo...

Não te esqueças que quanto mais fundo mergulhares mais difícil é voltar a cima. Mas há coisas que só se vêem no fundo do mar!

E estas hein?

José Alegre dijo...

Já agora porque é que a tia Luisinha fala sempre aos gritos?
Um beijo

Lilocas dijo...

Este meu sobrinho (zgui)não pára de me surpreender ...
fico completamente babado com tão sábias palavras.
Aquele abraço.

Tomas Salgado dijo...

querida amiga gostei especialmente deste teu post, tenho saudades tuas... ja começa a chegar a altura em que te ligaria para irmos lanchar e conversar como bons amigos de sempre. Um grande beijinho e aproveita estes últimos meses que te faltam!!