martes, 8 de enero de 2008

Notas de Purmamarca

em Purmamarca, a 29 de Diciembre, 2007

Estou na praça de Purmarca, um pueblo de quase cinco habitantes (estamos familiarizados com forças de expressao right?). Tem cinco ruas em quadriculado - esta já é literal - como aliás todos os lugares por aqui - faltou a indisciplina urbana medieval neste mundo Novo.
Está encaixado entre as montanhas - a das Siete Colores -, e tem as mesmas casas nascidas da terra que encontrei em outros pueblos.
O norte argentino tem muita onda. Há uma ruta mochileira clássica, percorrida por muitos todos os anos, e novas descobertas que passam de boca em boca, e se acrescentam a essa ruta.
As praças de cada pueblito sao ponto de encontro, de partida e de chegada destes audazes, de dia e de noite. E há as caras conhecidas de outros anos em outras praças, porque quem vem se apaixona por todo este norte - surgem os veteranos.
Velhos e novos, puxamos conversa nas esquinas à sombra, nas portas das padarias, nas estradas, na praça. Como se fosse a coisa mais natural do mundo, como se nos conhecessemos de anos. Rodam guitarras, cervejas, maças, anedotas e chistes, pés descalços, maté e pulseiras de macramé - por falar nisso, já me tornei quase profissional, e posso abrir negócio!
Ficamos em casas de família, em quartos das traseiras de pátios de cimento estalado e estendais sem pudor.
Conhecemos muitas pessoas, muitas que ficam, outras que seguem viagem connosco, a agenda enche-se e ficam caras de protagonistas do próximo quatrimestre.
E mil histórias todos os dias, a fazer passar 5 dias por um mes de aventuras e episodios que enchem a barriga.
Ontem fomos subir a montanha para ver o por do sol. Encontrámos no caminho, junto à estrada de terra, um grupo de argentinos de outras provincias (vou descobrindo outras maneiras de ser Argentino) encostados a uma furgoneta velha amarela, de guitarra em punho, harmonica na boca, maté a rodar. No final da tarde eramos vinte, porque muitos outros que iam passando se juntaram, e porque as mantas nao chegavam, fizemos uma fogueira, e acabamos juntos na praca a continuar a noite. Fomos ver as estrelas e a montanha, que de noite parece uma imensa tela de cinema.
Hoje, a caminho de casa, ouvimos música a porta fechada. Entrámos, era uma tasca já fechada, e cinco norteños em festa - a típica peña! Uma guitarra, um flauta de peterpan, um tamborete, e um destes persnagens de aldeia já meio entornado, que ns pos todos a dançar os seus passos de bailarico!
Estou na cama e ainda oiço a musica...
Amanha seguimos viagem com 4 argentinos de Tucuman, quatro finalistas de medicina, quatro personagens que dao para um livro de historias. Quatro almas extraordinarias que ficam para a proxima temporada.
O Norte é incrível!

1 comentario:

Unknown dijo...

E banho, tomam? Vais-me voltar encardida!