viernes, 7 de septiembre de 2007

a Friend and a Pointless Speech (?)

Meu primeiro Laço aqui.
As boas conversas, os programas diferentes todos os dias, a galhofa de humores parecidos, os dias cheios e originais.
È americano (aqui diz-se estado-unidense, para não ferir a susceptibilidade dos vizinhos latinos) e não corresponde em nada ao meu estereótipo – o que me fez engolir algumas alarvidades ditas e pensadas sobre os EUA.
Experto e bom apreciador de vinho, põe o guardanapo no colo (!!), sabe sempre uma boa peça, um bom concerto, um bom filme em cena – meaning, culto -, e está sempre em busca de novo fancy restaurant. Humor atrofiado, like moi meme, muito boas conversas.
Chicago, donde é; Harvard, onde estuda; Salamanca, onde viveu por um ano, para trabalhar antes de tirar o curso. Esteve em Lisboa no dia da final Portugal-Grécia, e no México sozinho de mochila às costas.
Ele é o exemplo clássico de uma coisa que tenho vindo a descobrir aqui: chamei-lhe mobilidade mental (como se tivesse descoberto a pólvora, pfff, get a life!).
Uma boa conversa que começou com o desenho do mapa dos EUA no meu caderno (santa ignorância minha)e de Portugal mesmo ao lado, num cantinho dobrado da pagina.
Lembro-me que antes de me inscrever para a vaga de Buenos Aires, precisei de uma tarde inteira de transe e todo um maço para ganhar the guts to do it. A Argentina parecia-me (e parece-me, ainda...?) longe, quase irreal, a viagem parecia-me um acto de loucura, todo o projecto me deu tantos arrepios de nervo-euforia que quando decidi atirar-me, senti a postura de quem bravamente se atira para lá do cabo das Tormentas (uhuuhuuu, que comentário foleiro! desculpem, foi mais forte do que eu!).
E lá vim eu, convencida que havia perdido a cabeça.
E depois chego aqui, e conheço tantas pessoas que se passeiam pelo mundo como eu pelo meu bairro alto, sobe a rua, vira à esquerda, pára na esquina, volta a subir.
Primeiro penso, é louco. É rico.
Depois percebo que não me passa pela cabeça ir para fora, mesmo a sério, não apenas por um ano meio a medo. Ir mesmo, partir. Que sempre que me imagino daqui a 5 anos, estou em lisboa a fazer qualquer coisa. E o Sasha anuncia-me: Tenho contrato com um escritório em NY por um ano, e depois vou para o Rio de Janeiro 6 meses para outro.

E eu quedo-me na minha pequenez, nas cidades que não conheço, no que não vi e não pareço fazer tenções de ver. Penso no facto de não conhecer a cidade do Porto porque "é longe". Na hipótese de ver o resto da minha vida toda centrada em Lisboa, Portugal "à beira-mar plantado", no cantinho da Europa e de todo um enorme Mundo. Don't take me wrong here, eu sou apaixonada por Lisboa. Mas a minha faculdade aqui tem em estudantes metade dos habitantes de Lisboa. E parece-me assustador viver toda a vida com o resto do Mundo a passar-me ao lado, despercebida, desconhecido.
Claramente, para alguém que, para atravessar o próprio país, precisa de apanhar um avião, há uma naturalidade na maneira como vê a distância - espacial, cultural, pessoal...
E a mim, tuga com pretensões a aventureira, parece-me tão dificil a ideia de partir... Tresloucada. Extravagante, quase. E acho sempre que vou precisar de preparação mental e um grande salto em frente.
Então, o Sasha disse-me que se eu conseguisse fazer o LTqualquer coisa - um exame de lógica, raciocinio, etc - para entrar em Harvard (sabendo de antemão que eles privilegiam o factor estrangeiro, porque querem ter um leque o mais variado possível - Sasha´s words), e fizesse o mestrado deles, com as linguas que tenho (e que claramente vou ter melhores quando e se essa altura vier), conseguia na boa um trabalho em NY. Imaginam?? Não parece de loucos?? Claro que parece, e isso é que é triste. Tacanhez de espírito! Claro que passei o resto da tarde a magicar milhões de planos, bilhões de projectos, triliões de partidas e chegadas, cidades e outros ritmos.
A questão é tão mais que Harvard, e a expectativa desse concreto sonho alto. De repente tudo me pareceu tão simples, tão simplesmente dependente da vontade e do fazer por isso. E da imaginação e do livre espírito.

Pois caramba o Mundo que se prepare!! (adoro quando digo um bom 'caramba' bem carregado, dá um enfâse tão estúpido à imbecilidade dita... ai ai, que triste figura a minha. Mas todo este discurso estava mesmo a pedir um final dramático! Deem-me um desconto, estou
carente e a precisar de uma boa refeição de casa!)


Falando a sério...
...De repente, sinto que podia ir ao Porto e voltar todos os dias. E a BsAs. E a Ny, ao Rio de Janeiro. (Suspiro).


Retomando a apresentação que vos vinha fazer... Sasha.Diz que os meus olhos brilham quando falo da minha família; acho que os dele também, delira com as nossas histórias que eu lhe conto, confessa que tem uma pontinha de inveja, e que quer que a dele seja assim! Transbordo inchado orgulho!!

Vivam as surpresas e as chapadas de luva branca, a quem, like me, constrói imagens prefabricadas!
E as súbitas aberturas de horizontes!!


ps(ah e ele tem uma mensagem para voces! Juro que não encomendei, foi espontâneo!)








6 comentarios:

MFA dijo...

Pois é, munha filha. Tão bom correr o mundo. Melhor ainda ter um sítio onde voltar. Amanhã comento. Hoje é tarde e posso escrever alguma coisa de que me arrependa.

MFA dijo...

Estou à espera de mais comentários sobre a matéria em questão. Pronunciem-se amigos desta banda, Pais de filhos na outra banda, irmãos, tios.... Agarramo-nos ao torrão natal, ou vamos viver o mundo? Que se diz a esta fome de viagens, a este bater de asas? Para além do aperto no coração, uma imensa compreensão dos desejos e dúvidas expressos.

Carloscardoso dijo...

Só quero dizer que a Tia Luisa esteve a ler muito interessada o seu blog,com bastante agrado,a Tia Virginia foi um pouco en passant.Beijinho e felicidades.
Carloscardoso

Carloscardoso dijo...

Petuxa,ficas um bocado mal na fotografia para quem ainda não há muito queria fazer o mesmo,ou pensava nisso sem o dizer.Bjs.Carloscardoso

teresinha dijo...

hey sasha!
being a really close friend of catarina, I want to leave you a message here too.
Just want to say to you that you are absolutely right!
catarina is a great woman and we really love her. but there's no need to be patient because she's always laughing and making fun of everything in her life! For me its really easy to be her friend. essencially it is a pleasure! So, I ask you to take care of her over there. Nice to meet you!

cat, miss you!!!

beijinhos
Teresinha

Martim dijo...

Teresinha, there was no need to be cheesy about your feelings. Next time try this:

CAT WE'RE MISSING YOU LIKE HELL!